Depois da febre dos bebês reborn, bonecas hiper-realistas que simulam recém-nascidos e conquistaram espaço em lares e redes sociais, uma nova mania entre adultos e jovens toma conta de vitrines, mochilas e bolsas. Estamos falando dos Labubus. Com olhos grandes, dentes serrilhados e corpos pequenos e coloridos, os monstrinhos de pelúcia misturam elementos de terror e fofura, e já se tornaram o novo xodó de consumidores na capital federal. Na Feira dos Goianos, em Taguatinga, e no Brasil, esse novo fenômeno tem chamado a atenção entre clientes e lojistas.
Criados pelo artista Kasing Lung, de Hong Kong que vive na Bélgica, os Labubus são inspirados na mitologia nórdica e ganharam popularidade por meio das redes sociais e do apoio de celebridades. No Brasil, um boneco original pode custar até R$ 1.000, enquanto réplicas e versões inspiradas, conhecidas informalmente como “Lafufus” são vendidas por valores entre R$ 80 e R$ 150.
Além da estética marcante, os chaveiros Labubu trazem a etiqueta da Pop Mart, marca de Hong Kong especializada em produtos colecionáveis. A empresa se consolidou no mercado global com bonecos vendidos em caixas lacradas, que só revelam o modelo adquirido após a compra — uma estratégia que estimula o fator surpresa e o desejo de colecionar.

A febre chegou às bolsas femininas
Na loja Celi Biju, especializada em órios femininos, os Labubus também ganharam espaço como item de moda. Adriana Barbosa, gerente do espaço há 13 anos, conta que decidiu apostar nos bonecos ao perceber seu destaque entre influenciadores e celebridades. “A gente viu que estava bombando fora do Brasil, principalmente como ório de bolsa, tipo chaveiro. Então decidimos trazer para cá também”, explica.
Segundo ela, os bonecos colecionáveis da Pop Mart contam com diferentes versões. Inclusive colaborações com marcas como Coca-Cola, Chanel e Prada. “Aqui a gente trabalha com inspirações, mas o diferencial continua o mesmo: eles vêm lacrados, e o cliente só descobre qual modelo comprou depois que abre a caixinha. Isso gera expectativa e incentiva a coleção”, destaca Adriana.
A Celi Biju funciona das 8h às 18h e oferece várias versões dos bonecos. Para Adriana, o segredo do sucesso está na combinação de estética inusitada, exclusividade e o fator surpresa. “O público adora a ideia de colecionar e de ter algo diferente. E o Labubu é exatamente isso: diferente”, declara a gerente.

“É o bichinho de estimação do meu filho”
Sérgio Pereda, de 30 anos, é proprietário da loja JS órios, especializada em brinquedos que viralizam nas redes. Segundo ele, a procura pelos labubus começou a crescer recentemente. “A gente sempre busca novidades que estão em alta na internet. Já trouxemos os Crybaby, uma boneca chorando da nova série de pelúcia da Pop Mart, que também bombaram, e agora o Labubu. A ideia é sempre trazer o melhor para os nossos clientes”, explica.
Apesar da aparência inusitada, entre o fofo e o assustador, os bonecos têm conquistado especialmente o público infantil. Sérgio conta que presenteou sua família com os brinquedos e que seu filho Ícaro, em particular, desenvolveu uma relação afetiva com o labubu. “Ele leva para a cama, cobre com o lençol, conta historinha, leva pra escola. Virou o bichinho de estimação dele”, conta o dono da loja.
Sara Furtado, de 25 anos, começou a trabalhar há uma semana na loja Celi Biju e já percebe o fascínio dos clientes pelos bonecos. Moradora de Ceilândia, ela também se rendeu ao charme do Labubu e já carrega o seu, azul, preso à mochila. “Chama muita atenção, principalmente das crianças. Quando estou na rua, elas pedem pra ver, querem pegar. É o xodozinho de todo mundo”, relata, sorrindo.
