No último fim de semana, dias 21 e 22 de março de 2025, participei do 12º COREPSI, onde foram aprovadas 24 propostas com diretrizes para a atuação do Sistema Conselhos de Psicologia nos próximos três anos.
Para quem não sabe, o COREPSI é a sigla para “Congresso Regional de Psicologia”. Trata-se de um evento que reúne psicólogos e psicólogas para debater e deliberar sobre propostas regionais que impactam diretamente a categoria.
Como funciona o COREPSI?
- O congresso é composto por delegados eleitos nos pré-COREPSI;
- Os pré-COREPSI são organizados pelos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs);
- As propostas debatidas no COREPSI orientam as ações da gestão do CRP no triênio seguinte;
- Os delegados do COREPSI também contribuem diretamente para o Congresso Nacional de Psicologia (CNP).
Qual a importância do COREPSI para a Psicologia e para os profissionais da área?
- É um espaço de participação ativa, onde os psicólogos decidem sobre sua atuação profissional;
- Reflete a vontade coletiva da categoria, impactando diretamente o futuro da Psicologia;
- Fortalece a democracia dentro do Sistema Conselhos de Psicologia.
O que me chamou atenção foi o fato de termos mais de 16.000 psicólogas e psicólogos inscritos no Conselho Regional de Psicologia de Brasília, mas apenas 0,001125% deles estavam presentes para representar a categoria. Isso me levou a refletir: será que os profissionais realmente compreendem a importância do seu conselho para eles, para a categoria e para a sociedade?
Dessa forma, dedico esta coluna para destacar o papel essencial dos Conselhos Regionais de Psicologia.
O papel dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs)
Os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) têm um papel fundamental na regulamentação e fiscalização da profissão de psicólogo no Brasil. Criados a partir do Conselho Federal de Psicologia (CFP), os CRPs garantem que os profissionais atuem conforme os princípios éticos e técnicos estabelecidos, assegurando a qualidade dos serviços prestados à sociedade.
Regulamentação, orientação e fiscalização
Uma das principais funções dos CRPs é a fiscalização do exercício profissional, incluindo:
- Verificação de denúncias de práticas inadequadas;
- Acompanhamento de casos de violação do Código de Ética Profissional do Psicólogo;
- Aplicação de medidas disciplinares, quando necessário.
Essas ações protegem tanto os profissionais que atuam corretamente quanto os cidadãos que buscam serviços psicológicos.
No entanto, os CRPs vão além da fiscalização. A orientação é um dos pilares fundamentais da atuação desses órgãos, garantindo que a sociedade tenha no psicólogo um porto seguro para auxiliar suas aflições psíquicas. Além disso, os CRPs regulamentam a profissão por meio de normativas, como notas técnicas sobre a prática psicológica.
Formação continuada e apoio ao profissional
Os Conselhos Regionais também promovem atividades voltadas à capacitação e aprimoramento dos psicólogos, como:
- Cursos;
- Palestras;
- Seminários;
- Eventos sobre temas relevantes para a Psicologia.
Essas iniciativas incentivam a atualização constante dos profissionais, contribuindo para um atendimento de maior qualidade.
Representatividade e defesa da profissão
Os CRPs atuam na defesa dos interesses da categoria perante órgãos governamentais e outras instituições. Eles trabalham para:
- Garantir direitos trabalhistas dos psicólogos;
- Fomentar políticas públicas de saúde mental;
- Promover o reconhecimento da profissão em diferentes áreas de atuação.
Essa representação fortalece a profissão, assegurando melhores condições de trabalho e valorização dos psicólogos.
Ética e responsabilidade social
Os Conselhos Regionais de Psicologia também promovem a ética e a responsabilidade social dentro da categoria. Através de:
- Campanhas educativas;
- Publicações informativas;
- Debates sobre conduta profissional;
Os CRPs reforçam a importância da ética na Psicologia. Além disso, incentivam práticas que considerem os direitos humanos e o bem-estar da população.
Conclusão
Os Conselhos Regionais de Psicologia são essenciais para o fortalecimento da profissão e para a garantia de um exercício ético e responsável. Ao fiscalizar, regulamentar, orientar, capacitar e representar os psicólogos, os CRPs contribuem para o desenvolvimento da Psicologia no Brasil e para a prestação de serviços de qualidade à sociedade.
Dessa forma, a atuação dos CRPs não beneficia apenas os profissionais da área, mas toda a comunidade que depende do trabalho psicológico para seu bem-estar e desenvolvimento.
Afinal, como bem disseram Warren Bennis, Ray Kroc ou Ken Blanchard:
“Nenhum de nós é melhor do que todos nós juntos”.
Até a próxima!