Em homenagem ao filho da apresentadora Tati Machado, a jornalista e compositora Mayla Tauany escreveu a canção ‘Pra Sempre, Rael’ como forma de tributo, mas também como chamada de atenção à perda gestacional, assunto sensível que trabalha diariamente com a psicóloga perinatal Natália Aguilar.
A canção foi inspirada no relato de Tati após perder o filho, Rael, na reta final da gestação. “Eu já vinha acompanhando a situação com muita empatia e atenção, especialmente porque trabalho fazendo a assessoria de uma psicóloga perinatal e especialista em luto. Então, quando li o depoimento dela, algo me tocou profundamente, e a letra veio com muito respeito, carinho e intenção de acolhimento”, declarou Mayla.

Há cerca de 4 anos Mayla começou a compor, sua primeira música foi uma homenagem para o meu filho, Lucca, que foi interpretada pela cantora Adriana Sanchez. Hoje em dia, com o avanço da inteligência artificial, a compositora utiliza IA como ferramenta para dar forma musical às suas letras, o que facilita o seu processo criativo. “Eu sempre gostei muito de escrever. Sempre que sinto algo profundo, costumo colocar no papel, seja em forma de poema ou, mais recentemente, de música”, afirmou.
Mayla tem contato diário com temas sensíveis, como puerpério, infertilidade e perda gestacional, através do seu trabalho com a psicóloga perinatal Natália Aguilar. “Tenho aprendido muito sobre como é dolorosa a jornada de quem a por uma perda gestacional e, infelizmente, como essa dor ainda é silenciada muitas vezes”.
A jornalista já produzia conteúdos e canções sobre maternidade, porém ao perceber o assunto ganhando espaço na mídia, mesmo que por conta de histórias dolorosas como a da Tati, Mayla se motivou a escrever a música. “Acredito que a música pode ser uma forma de abraçar, de eternizar e de dizer: você não está sozinha”.
“Em uma das matérias que escrevi recentemente, me deparei com um dado do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/DataSUS) que me impactou muito: a cada 20 minutos, uma família no Brasil enfrenta uma perda gestacional. São mais de 27 mil perdas por ano — quase 2.300 por mês, cerca de 77 por dia. Esse número, por si só, mostra o quanto precisamos falar mais sobre esse tema e oferecer empatia, escuta e acolhimento”, explicou Mayla.

Apesar de nunca ter ado pela mesma situação que Tati, Mayla tem um exemplo próximo que entende a dor da perda gestacional. “Eu gestei meu filho, que tive por meio de inseminação, felizmente, não enfrentei nenhuma perda durante esse processo. Mas a minha mãe, sim. Minha mãe teve perda gestacional de gêmeos. Eu tinha de 6 pra 7 anos. Acompanhei o sofrimento e, mesmo pequena, sofri junto”.
“Embora a canção tenha sido escrita para o Rael, meu desejo mais profundo é que ela acolha o coração de outras mães que aram ou ainda vão ar por esse luto tão silencioso”, concluiu Mayla.
Sobre Mayla Tauany
Jornalista, assessora de imprensa e também atua na área de marketing. Mayla tem uma empresa de comunicação 360º e apresenta um quadro dentro de um programa da Super Rádio. Acompanhe no Instagram: @maylatauany.