João Luiz da Fonseca
Não foi a estreia dos sonhos para Hamilton na Ferrari. O que no final de 2024 era apontado como o “dream team” de Maranello – com Charles Leclerc na formação de uma dupla e tanto – cada nova etapa da temporada de 2025 da Fórmula 1 foi se transformando em pesadelo.
Hamilton criou expectativa e alvoroço quando anunciou que deixaria a Mercedes para se transferir para a Ferrari.
A mídia entrou em polvorosa. Os tifosi ficaram enlouquecidos e a Mercedes subitamente teve que correr atrás de um novo piloto para substituir um fenômeno, que com a equipe conquistou nada menos que seis títulos mundiais, entre 2014 e 2020.
Mas na casa nova nem tudo está saindo como o esperado. Num vai e vem de altos e baixos, o heptacampeão enfrentou seu pior pesadelo no GP da Espanha, nona etapa do calendário.
Sem respostas para uma performance na qual ficou muito atrás do ritmo do companheiro de equipe, tudo o que ele queria era “ir para casa”.
Do quinto lugar no grid, o piloto acabou a corrida em sétimo, subindo depois uma posição devido a penalidade aplicada a Max Verstappen.
“É inacreditável. Tem algo errado com este carro, amigo, é o pior que já existiu”, desabafou a seu engenheiro de corrida da Ferrari, Riccardo Adami.
Com o único ponto mais positivo sendo a vitória na sprint do GP da China, o britânico de 39 anos enfrenta agora uma avalanche de críticas da imprensa, que começa a questionar se não seria hora de sua aposentadoria na F1, embora tenha um contrato de dois anos com a Ferrari, com opção de renovação.
O site RacingNews 365 abriu inclusive uma enquete junto aos fãs com a pergunta: “Lewis Hamilton deveria começar a considerar seriamente se aposentar da F1?” Com três opções de resposta:
- Sim, ele está com dificuldades na Ferrari, e talvez seja hora de ele sair
- Não, ele ainda tem muito a dar e 2026 pode ser seu ano sob novas regras
- Não, mas ele deveria considerar um ano de folga para se rejuvenescer
Até o momento, os torcedores, em sua maioria, votaram na segunda opção, considerando em muitos aspectos que este ano está sendo visto como um período para ele construir um relacionamento com a equipe e ainda sendo o último ano de um regulamento que nunca apreciou.
Com a mudança radical nas regras, prevista para 2026, a maioria dos torcedores acredita que será o ano de Hamilton brilhar novamente.
Ou será que ele tem outros planos em mente, dado seu comportamento ao deixar Barcelona?
Brasileiro é visto como um potencial substituto
Ao mesmo tempo em que a imprensa especula se é hora de Hamilton deixar a Fórmula 1, por outro lado já surgem as apostas sobre os prováveis substitutos do heptacampeão.
E um dos nomes mais fortes apontados pertence a um brasileiro. Trata-se do talentoso Rafael Câmara, atual líder da Fórmula 3 da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) pela equipe Trident.
Considerado uma estrela em ascensão, Rafa Câmara viveu justamente o oposto de Lewis no mesmo fim de semana em Barcelona, onde a F3 dividiu com a F1 a pista do circuito catalão.
O brasileiro fez história ao conquistar sua quarta pole position em apenas cinco etapas, estabelecendo um recorde na categoria criada em 2019. Além disso, venceu a prova principal e se distanciou na liderança do campeonato.
O excelente desempenho do piloto de 20 anos, que também integra a Academia Ferrari desde 2021, o coloca como possível substituto de Hamilton na escuderia italiana.
Em sua temporada de estreia na Fórmula 3, o desempenho do pernambucano tem como reflexo seu nome sendo considerado para ocupar futuramente uma vaga de titular na categoria máxima, pela equipe italiana.
É verdade que o Brasil adora seu cidadão honorário Lewis Hamilton e vice-versa. Mas ter mais um piloto representando o país no grid da Fórmula 1 seria pra lá de sensacional!